marcelo martins

No primeiro encontro dos candidatos, saúde foi o centro da discussão

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Na noite da última segunda-feira, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) promoveu mais uma edição do painel "Saúde na Eleição 2020". Por uma hora, os seis prefeituráveis debateram três temas - implementação do plano de carreira para médicos, terceirização dos serviços de saúde, e, ainda, os desafios para superar a Covid-19 - e como eles o enfrentarão.

Neste encontro, que foi remoto (virtual), o tom ainda foi amistoso. Entre promessas e discurso realistas, os prefeituráveis acenam para o que fariam naquela que é a principal preocupação do cidadão neste e no próximo ano.

Jader Maretoli (Republicanos)

  • Plano de carreira (para médicos)
    Disse ser necessário "avançar neste plano de carreira com diálogo". Além disso, sustentou haver uma defasagem de profissionais da saúde junto ao município. Apresentou como principal proposta a criação de uma fundação de saúde como uma forma de trabalhar um plano de carreira. Afirmou que a atual gestão "teve quatro secretários de Saúde em três anos e meio, em que o planejamento foi parando" 
  • Terceirização dos serviços de saúde
    Ao defender a necessidade de uma melhoria junto às estruturas das unidades básicas de saúde, ele diz que tal iniciativa pode ajudar a reverter parte dessa situação. Apresentou como proposta a criação de uma fundação de saúde "para administrar o dinheiro público com maior economia" e destacou que "faltam equipamentos em postos de saúde, na UPA e no PA do Patronato"
  • Planos para superar a Covid-19     
    Sustentou que a pandemia "veio para demonstrar a falta de gestão" junto à saúde pública do município
    Defendeu que, se eleito, a partir de 2021, aumentará a testagem rápida da população. Voltou a defender a criação de uma fundação de saúde a ser gerida pelo município. E, ainda, alegou que buscará a adoção da chamada gestão plena

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Sergio Cechin (Progressistas)

  • Plano de carreira (para médicos)
    O candidato disse que, se eleito, irá "cumprir o piso legal da categoria". Afirmou que a falta de médicos, junto à rede municipal de saúde, acaba sobrecarregando o Consórcio Intermunicipal de Saúde. O progressista alegou ainda que o consórcio tem "um custo alto e que não há comprometimento"
    Sinalizou que, para 2021, buscará mudanças no Plano Plurianual e na própria Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) "para acrescentar o plano de carreira médico"
  • Terceirização dos serviços de saúde
    Avaliou como, muitas vezes, sendo "uma medida cara e que não atende aos anseios da população" e criticou o fato de o município "não ter se preparado para a gestão plena de saúde". Sobre a gestão plena, Cechin afirmou que a fará "de forma ordenada e gradativa"
  • Planos para superar a Covid-19
    Avaliou que o "pós-pandemia trará efeitos nocivos" ao município, sendo que um deles será na área social. Ao projetar um cenário de recessão, Cechin entende que "com mais desemprego e menos renda, a saúde mental" da população precisará de atenção
    Disse que irá aumentar em mais 4 o número de unidades básicas de saúde (UBSs) e que, em algumas, irá estender o horário até as 22h e que irá buscar emendas parlamentares para a saúde do município

Luciano Guerra (PT)

  • Plano de carreira (para médicos) 
     Fez uma fala de defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e defendeu a necessidade de ser revogada a emenda constitucional (EC) 95, implementada durante o governo de Michel Temer (MDB), "que congelou recursos do SUS". Sobre a questão específica do plano de carreira, afirmou que o tema será tratado "com todos os profissionais da saúde e sem falsas promessas"
  • Terceirização dos serviços de saúde
    Afirmou ser contrário à iniciativa ao alegar que "saúde não é balcão de negócios"
    O candidato entende que "terceirização remete a faturamento, superfaturamento" e que, assim, surgem "os famosos aditivos" e que "não se se pode aceitar a terceirização da saúde, muito pelo contrário"
  • Planos para superar a Covid-19
    Disparou críticas aos candidatos Cechin (PP) e Pozzobom (PSDB) e sustentou que a dupla "colocou como prioridade a questão partidária" em meio à pandemia
    Afirmou que, se eleito, "irá reorganizar as ESFs" (estratégias de saúde de família) e fortalecerá a saúde preventiva. E ainda afirmou que irá preparar o município para obter a gestão plena

Evandro Behr (Cidadania)

  • Plano de carreira (para médicos) 
    Afirmou que a demanda é "uma discussão que é maior que a prefeitura" e que o tema precisa de uma avaliação criteriosa que "precisa observar um plano de carreira"
  • Terceirização dos serviços de saúde 
     Afirmou que tem estudado o tema e que está preparado para tratar desta demanda. Teorizou, ainda que brevemente, sobre a terceirização "e a possibilidade de precarização dos serviços"
    Disse que o município carece na saúde primária e que o tema da gestão plena "é uma evolução, e que não se revolve com um decreto"
  • Planos para superar a Covid-19
     Sustentou que a pandemia veio para evidenciar que o "problema da saúde sempre existiu". Para o candidato, as últimas administrações carecem de um mesmo problema: a falta de gestão
    Sobre isso, disse que "não se pode trocar a cada ano o comando da pasta (da Saúde)" e defende um pacto sanitário para Santa Maria

Marcelo Bisogno (PDT)

  • Plano de carreira (para médicos)
    O candidato afirmou que, para 2021, "não haverá orçamento que preveja isso" e defendeu que o tema deve ser analisado com "clareza e responsabilidade"
    Sinalizou que, se eleito, irá buscar a "criação de uma estatal, um fundação pública", a exemplo de Santa Rosa, "para fazer a contratar médicos e de servidores da saúde"
    Também defendeu que irá trabalhar para que o município tenha a gestão plena
  • Terceirização dos serviços de saúde
    Defendeu a necessidade de "reorganizar os territórios da cidade e do campo", já que, segundo ele, a "territorialidade hoje adotada" está defasada
    Avaliou que "há regiões com mais unidades do que outras" e, por isso, o PA do Patronato e a UPA acabam sobrecarregados
    Avaliou em estender os horários de algumas unidades de saúde até as 22h e, em outras, "quem sabe até a meia-noite"
  • Planos para superar a Covid-19
    Atacou o governo municipal ao dizer que a "saúde não foi priorizada" e acrescentou que o município "tem dois arroios contaminados e com esgoto a céu aberto"
    Disse que a Covid "veio para mostrar a fragilidade de olhar a saúde de forma prioritária" e, se eleito, viabilizará a gestão plena, criará uma fundação voltada à saúde e buscará recursos da União e de fora do país

Jorge Pozzobom (PSDB)

  • Plano de carreira (para médicos)
    Afirmou que o tema traz, basicamente, dois problemas. O primeiro é a necessidade de se ter responsabilidade financeira "para uma medida dessas" e, depois, que existe uma lei complementar que impede, no ano que vem, de viabilizar essa iniciativa
    Defendeu que ampliou de 16 para 24 o número de ESFs e que foram contratados 172 novos profissionais da saúde
  • Terceirização dos serviços de saúde
    Avaliou que a terceirização é uma saída inteligente frente às necessidades do poder público. O prefeito disse que "há dois tipos de terceirização: a irresponsável, e, outra, a responsável"
    Afirmou que a Central do Samu, criada no governo dele, é um exemplo disso
    Também citou que a UPA "é um centro de referência e, tem sido, porta de entrada no atendimento ao coronavírus à população"
  • Planos para superar a Covid-19
    Adiantou que, para 2021, haverá previsão orçamentária para a criação de um fundo municipal que possibilite a compra de vacina à população, quando esta já for uma realidade

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